Havia um requeijão sozinho, abandonado no frigorífico. Sem destino certo, sem futuro à vista. Triste e solitário. Até que vi uma receita maravilhosa, num blogue que adoro, e decidi adaptar (uma vez mais!) aos gostos cá de casa. Adoramos bolos de laranja, limão, tangerina, de belos e sumarentos citrinos que fornecer a sua casca (replecta de óleos perfumados) e o seu sumo. E porque não juntar todos? Reunir o melhor de cada um, num único bolo?!
E assim foi… e assim nasceu um bolo simples, delicioso, com uma textura que faz lembrar as pequenas queijadinhas… um bolo a repetir sem dúvida!
Os pastéis de nata são uma das mais tradicionais e populares especialidades da doçaria portuguesa. No final do século XVII vários conventos e mosteiros de Portugal produziram uma gama diversa de pastelaria e doçaria à base de ovo, utilizando as sobras das claras de ovo utilizadas na lavagem de roupa e no processo de produção de vinho.
Com a expulsão das ordens religiosas e o encerramento de muitos conventos e mosteiros no rescaldo da Revolução Liberal de 1820, esta receita saiu dos conventos e tornou-se um ex libris da doçaria portuguesa. Desde então, clientes locais e visitantes provam estes deliciosos pastéis polvilhados com canela e açúcar em pó, acabados de sair do forno.
O número de casas especializadas em pastéis de nata no Porto tem vindo a aumentar e eu, como boa apreciadora desta iguaria, tenho ido experimentar algumas delas, registando sempre a minha opinião na Zomato. Já visitamos a Manteigaria (uma fusão com a Delta Q), a Fábrica do Pastel de Nata e a Nata Lisboa… e a saga continua!
E assim ocorreu-me que, já há muito tempo, que não fazia um pastel de nata gigante (porque a minha preguiça é maior ainda… e untar dúzias de formas dá muito trabalho!). Coloquei então mãos à obra e fiz uma versão mais fiel ao seu nome, uma versão com natas. Mas existe já uma versão “tradicional” de Pastel de Nata aqui no blogue, igualmente deliciosa…